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Momentos

by JH LAB

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  • Edição limitada a 100 exemplares
    Compact Disc (CD) + Digital Album

    Inclui booklet de 20 páginas

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1.
Lisboa só 05:39
Lisboa só Bebo café numa esplanada da Alexandre Herculano, a tarde aproxima-se do seu fim. O dia de amanhã, feriado e sexta-feira, fez com que neste momento só veja a ausência das pessoas, a sombra da azáfama, Na esquina com a Duque de Palmela, um mendigo aproveita para revirar livremente O contentor do lixo. Quanto ao homem que aqui faz de poeta, para se não sentir sozinho, vai lá dentro pagar a despesa. Aguarda um poema que o salve
2.
Aquarius 07:19
Aquarius Tenho no corpo as marcas, do ódio da minha terra. Sinto que vou morrer, a qualquer brisa que passa. Quero fugir, gritar, saltar e nadar. Até outra terra, que me acolha e ame. Levo ao colo o meu sangue. E às costas o meu destino.
3.
Andanças a leste O mundo está tenso e o medo paira no ar. Ouvem-se gritos de lágrimas e raiva. Por vezes silêncios, de vergonha. Outras vezes, Ameaças com toda a diplomacia São andanças a leste, de onde muitos fogem (da guerra). E muitos outros, ficam para defender a sua terra Palavras ecoam no éter e explodem nas redes sociais. Enquanto milhares morrem debaixo de bombas. Lutando pela liberdade. Lutando pela independência.
4.
Amordaçado 07:06
Amordaçado Vejo a luz do dia por uma fresta Na rua, os gritos ecoam dor E o cheiro de pólvora queimada Sufoca-me e esmagam-me a mente Levaram-me todos os meus E eu, preste a desistir Tento gritar Mas a mordaça rasga-me a boca E a minha voz é somente gemido E eu, aqui amordaçado, sonho contigo E com todas as flores que beijámos Nos campos e ruas, onde passeávamos livres E eu, aqui amordaçado, Sonho, sonho Que um dia tudo vai mudar Refrão: Eles nada temem Cruéis como desígnio À força apregoam E ditam com leis
5.
Não consigo respirar Rastejo-me na lama, Com os meus Escondo-me de todos, Os outros A morte vagueia, Escondida A escuridão protege-me E conforta-me Afasto-me, afasto-me, De todos Abraço os meus, E conforto-os Puxam-me e levam-me, Perco os meus Não consigo respirar Não consigo respirar
6.
56 Picture 04:41
56 Picture Quero dormir. O sol arde, lá fora. O aconchego do nada, embala-me Já não sinto os risos. As lágrimas já não me tocam. Deixo-me afundar. A ira a esfumar-se. A paixão morreu. O vento parou. Quero dormir. O sol arde, lá fora.
7.
Precipício 04:10
Precipício Para o precipício, eu quero ir. E de lá, e de lá, me atirar. Nas ondas do mar, eu boiarei. E quando me encontrarem, e quando me encontrarem, só de ossos eu serei E quando me encontrarem, serei brisa em terra brava. Serei pó. Serei chagas. E quando me encontrarem, serei nada
8.
A brisa que nos embale e leva O vento brica contigo, como folhas de árvores, do meu jardim Onde nos beijámos Onde nos abraçámos Por mundos inimagináveis, voámos de mãos dadas. Sempre sobre a vertigem, do não acabar Encantados pelo esplendor, do agora, E pelo elixir da brisa. Que nos embala e leva Que nos embala e leva Que nos embala e leva Que nos embala e leva

about

ANTI-DEMOS-CRACIA
ADC104NOV2022
Edição: 100 exemplares
Formato: CD Digisleeve + booklet de 20 páginas

credits

released November 9, 2022

Notas do Autor:
JH Lab é um projeto onde José Henrique Almeida (JH Almeida) pretende criar uma plataforma de criação cultural, essencialmente música, mas englobando também a poesia, a imagem, o teatro, a expressão corporal, contanto e procurando, como um dos principais objetivos, a colaboração de outros músicos e artistas com os quais exista entrosamento de ideias, de estética musical/cultural, de amizade…

Este álbum, “Momentos”, é resultado do trabalho de vários anos onde se incluem temas que foram produzidos com finalidades especificas (diversas coletâneas da ADC - Anti-Demos-Cracia) e outros que foram criados especificamente para este registo, baseados em diversos momentos da nossa realidade e existência.

Este álbum é ilustrado por imagens de Eurico Coelho, selecionadas especificamente para cada tema a partir do seu arquivo pessoal.

De realçar e agradecer, também:
O excelente trabalho gráfico da capa e booklet, de Carlos Paes, o qual coproduz um dos temas e toca baixo elétrico em diversos outros;
O texto livre e alusivo a este álbum de autoria de Nuno Ávila, bem como o apoio do programa “Santos da Casa” da Rádio Universidade Coimbra;
O apoio de Manuel Melo e do programa “Sinfonia de Aço” da Rádio Barcelos;
O companheirismo, amizade, confiança absoluta e apoio do violinista e compositor Mário Resende;
A todos que colaboraram neste álbum, os quais são referidos nas páginas deste booklet, e que tanto admiro como pessoas e artistas.

Créditos gerais do álbum:
José Henrique Almeida - Produção
Eurico Coelho – Imagens
Carlos Paes - Edição gráfica da capa e booklet
António Caeiro – ANTI-DEMOS-CRACIA



Texto de Nuno Ávila:

Este é ainda o nosso fado
Cinzenta. Esta foto antiga é cinzenta. Todas as deste álbum trazem no cinza a nostalgia. São retratos antigos de uma aldeia. A minha? A tua? As nossas aldeias. Aquelas aldeias onde nos juntamos na tasca, para jogar cartas ou dominó. E claro para beber mais um tinto.
Ao longe sentimos o rio a escorregar, seguindo o seu trajeto habitual. E recordamos tardes de calor, onde o mergulho no rio, nos refrescava o corpo. Onde no prado cavalos corriam com a crina a abanar. Apesar do calor, corria sempre uma ligeira brisa, o que não era mau.
Este é um fado, o fado de quem está embutido no nosso Portugal profundo. De quem não renega a nossa existência. De quem continua a fazer saltar da boca uma tradição que ainda é tradição. Mesmo quando vem lá de longe e retoma ao monte que o viu nascer. Portugal estará sempre tatuado no seu corpo.
E assim voltamos sempre ao nosso mundo. Um mundo que deveria continuar a ser visto com olhos de criança. A idade só passa no cartão do cidadão.
JH Almeida, traz na sua voz, carregada de fados, fados tristes, melancólicos. São fados que falam deste viver bucólico, mas que não esquecem as guerras deste mundo, onde quem ama verdadeiramente o cheiro da sua aldeia, o defende com unhas e dentes.
Pode ser ao virar da esquina. Pode ser neste mundo, que já não é mundo. Mas sabemos que tudo isto existe. A guerra não acabou, conta a TV. Vemos gente a gritar no telejornal. Vemos sangue a escorrer, que quer dar outra cor a estas fotos. Sem saber bem porquê, temos um sonho que comanda a vida. Sonhamos que um dia tudo isto vai mudar. E gritamos a plenos pulmões, até nos faltar o ar, mas com a esperança de sermos ouvidos. Dizem, que a esperança é a última a morrer.
JH Almeida, oferece-nos retratos deste mundo desconfigurado. De um mundo que queríamos que fosse apenas o da nossa aldeia. Mas é impossível escapar a este destino cruel, que outros mundos existem bem o sabemos.
São canções de dor. Mas uma dor que nos faz bem, por mais estranho que isso nos possa parecer.
Por isso, para fugirmos a esta morte que tenta rasgar as nossas boas recordações, o segredo é absorver a tradição mais experimental que este disco nos traz, com os olhos fitos no nosso álbum de retratos. Com o nosso coração estampado naquela aldeia, onde fomos um dia crianças. E muito felizes!
JH Almeida, oferece-nos um disco potente. Espeta-nos um belo murro no estômago. Daqueles que nos fazem revisitar todo o que fomos. Canções sóbrias, crivadas de passado, mas com um presente, embutido ao qual não conseguimos infelizmente escapar.
Este por mais que queiramos é ainda o nosso fado. Um fado que nos faz rolar uma lágrima no rosto. Este é um belo fado que doi e faz bem.
Estamos perante um disco, peculiar. Tudo aqui faz sentido…. Mesmo que a dor nos invada a alma. Por isso brindemos a JH Almeida. Discos destes não brotam todos os dias, e depois de nascerem, é necessário serem regados e tratados com carinho especial. Canções para serem absorvidas lentamente…

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ANTI-DEMOS-CRACIA Portugal

ANTI-DEMOS-CRACIA, surgiu em 1988 com o objectivo de registar em cassete as deambulações sonoras do projecto industrial VARPLES PRAVLES.
Com essa edição, surgiram então outras de projectos com uma estética e sonoridade mais alternativas.
Houve uma paragem em 1994 e em 2008, um novo impulso surgiu e que origina o regresso às edições, em formato físico e também na vertente digital.
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